Fofocas da Semana de Arte Moderna, 100 anos depois
Esse é um post surpresa até pra mim.
Deveria ter me planejado melhor pra lançar um conteúdo legal do assunto que mais gosto de falar na vida, no momento em que tenho motivo para tal? Deveria. Obviamente não o fiz, mas como orgulho do modernismo que sou, entrego o improviso e a imperturbabilidade que só um participante da semana de 22 poderia ter ao receber negativa recepção do seu trabalho. Ou, de forma mais simples: o produto é este e nós cagamos pro que você espera. (Com amor <3)
Cem anos atrás, o Teatro Municipal de São Paulo se preparava para receber o evento mais Novela Do Manoel Carlos do século, onde todo mundo se perguntava quem seria Helena. Sete anos atrás, uma jovem Denise que nunca entendera o intuito de aulas de Artes no Ensino Médio teve sua primeira experiência descobrindo que Arte, a matéria, poderia ser legal - se ao menos uma professora se dispusesse ensinar algo além de propor releituras d'O Abaporu com tinta gauche. Com a entrada de Maria Antonieta, A Professora De Artes, tudo mudou. A aula de Artes era o melhor momento da semana. Era mágico, era fantástico, era entrar em Nárnia pelo guarda-roupa e estar fascinada durante 50 minutos de aula que consistiam em intrigas, amores, amizades e simbolismos.
O que um evento centenário e o meu último ano do ensino médio tem em comum? Ambos marcaram um divisor de águas do que seria minha mais longa obsessão, um traço de personalidade, um estilo de vida. Foi quando Maria Antonieta começou um novo semestre sobre a arte moderna no Brasil que, assim como em 1922, tudo mudou.
E, assim como Maria Antonieta fez naquela época, eu instigo a curiosidade dos leitores com um embaralhar de nomes conhecidos, mas com fofoca do desconhecido. Como propõe o modernismo, simplifico:
aqui é o que você perdeu na semana de 22 [voz do narrador de GLEE]!
1. Monteiro Lobato abriu uma discussão no Pitchfork e deu zero estrelas pro trabalho de Anita Malfatti, a Juliette das artes, afirmando que ela não era artista
Que Monteiro Lobato passeava pelos fóruns da BC criticando ícones pop(ulares), já sabíamos. O curioso é pontuar que esse episódio, no entanto, aconteceu cinco anos antes da semana de arte moderna (em 1917), e não durante o evento.
Seu nome associado à semana de 22 não vem de sua participação nela, mas sim do desenrolar que o artigo "Paranoia ou Mistificação?" sobre as obras de Anita Malfatti teve por tantos anos seguintes. No artigo, a parte em que Monteiro Lobato afirmava que as obras de Anita pareciam desenhos de parede de manicômio era a parte mais leve. O resultado foi diretamente prejudicial para a pintora, vez que mais da metade dos quadros vendidos em sua exposição foram devolvidos depois da publicação de Monteiro, e, em certa ocasião, um frequentador da casa até ameaçou destruir todas as obras com uma bengala.
Anita Malfatti já tinha a carreira dela muito bonita lá fora, com seus estudos na Alemanha e Estados Unidos, estudos estes que estavam além da compreensão conversadora eurocêntrica de Monteiro Lobato e demais paulistas. É importante pontuar que Anita nunca foi uma afronta. Anita era uma menina doce. Gentil. Querida. Se quisesse afrontar com a exposição que marcava seu retorno ao Brasil em 1917, teria exposto suas ilustrações de nu masculino. Mas não o fez. Anita é nossa maior vítima de "eles não entenderam".
Filha de pai italiano e mãe norte-americana, Anita nasceu brasileira, em São Paulo, com atrofia no braço e na mão direita. Pintou mesmo assim, desde cedo - aprendera com a mãe, que dava aulas de pintura para sustentar a casa após o falecimento precoce do marido. Um detalhe pouco mencionado que sempre me encantou em Anita foi seu diferente background: se fingirmos choque, conseguiremos relembrar que quase toda a roda de artistas modernistas de São Paulo eram pessoas ricas, de famílias ricas, com altos recursos - e isso se prova na possibilidade monetária de bancar um evento como a semana de 22 no maior teatro da cidade. Anitta não era uma dessas pessoas, financeiramente falando. Por tal motivo, sempre se sentiu inferior, e insistia que não tinha obras boas a oferecer, tanto pelo trauma com a receptividade da capital paulista com suas obras, quanto pelo sentimento de ser inferior aos seus colegas, pela falta de dinheiro e pela limitação em seus movimentos.
Foi parar na Europa por financiamento de um tio que, ao mandar suas filhas para Alemanha, resolveu fazer a benfeitoria de enviar a sobrinha Anita junto. Foi assim seu contato inicial com as vanguardas da Europa, onde se encontrou numa pintura mais expressionista e cubo-futurista. Mesmo depois do Tretas TNT com Monteiro Lobato, mesmo depois de se estabelecer como modernista e oferecer diversas exposições solo, Anita seguia solitária e incompreendida. Seu trabalho não era aceito nem pela própria mãe, que a ensinou o caminho das artes. Em entrevista de 1972 à revista Veja, Tarsila do Amaral, amiga de Anita, relatou o seguinte:
"A mãe da Anita era muito passadista e vivia contra a filha e contra as inovações dela na pintura, dizia que aquilo não prestava. A Anita ficava muito desanimada da mãe se zangar por ela não fazer o parecido, a mãe não compreendia nada, era um horror!"
E, falando nela...
Se a história de Anita se parece com a história de Juliette, Tarsila do Amaral é Jade Picon. Riquíssima desde o berço, sempre teve o apoio financeiro da família aristocrata para estudar fora, sempre foi a menina dos olhos de Deus, o cristal, a intocável. Enquanto Anita era um alvo fácil para críticas degradantes como saco de pancadas do modernismo, Tarsila carregava um renome tão grande que era improvável receber as humilhações que Anita recebia, muito embora seguissem na mesma vertente.
A amizade de Anita e Tarsila é nosso Amigas e Rivais favorito do modernismo, Elena Greco e Rafaella Cerullo dos anos 20, nossa Amiga Genial. Começaram uma amizade ao compartilharem o mesmo professor, lá por volta de 1918, anos antes da semana de arte moderna. Quando Anita retornou ao Brasil, manteve contato com Tarsila (que na época estudava na França) por cartas. Era Anita que contava à Tarsila tudo que acontecia na cena artística São Paulo, Anita que confidenciou a dor que sentia com os ataques de Monteiro Lobato e, consequentemente, também foi Anita que contou à amiga sobre a iminência de uma semana feita para celebrar a arte moderna. Tarsila disse diversas vezes em entrevista que achava o máximo a proposta do evento - mas não o suficiente para deixar Paris e participar.
A diferença entre Tarsila e Anita é que Tarsila nunca abriu mão do seu luxo. Em um movimento cultural que os jovens da época abdicavam de seus casarões para viver como boêmios de deixar o musical Rent com inveja, Tarsila nunca foi uma dessas pessoas. Mesmo depois, ao voltar ao Brasil e entregar suas obras mais conhecidas focadas em cores vivas, primárias, e em cenários rurais e religiosos - mesmo nessa época de sua carreira, Tarsila ainda era A Tarsila, conhecida não somente por Abaporus, mas também por seu guarda-roupa impecável, suas viagens extravagantes, e seus presentes que eram Picassos originais - com quem, inclusive, estudou.
Entendo que muito da inimizade que inevitavelmente surgiu entre Anita e Tarsila veio disso: da grande Tarsila em detrimento da pequena Anita. Tarsila se tornou um ícone da arte moderna brasileira, sendo chamada até hoje de "musa do movimento modernista", uma regalia e simpatia que Anita não recebeu.
Além de tudo, a Rivalidade Feminina dos anos 20 era alimentada com um poderoso combustível: ciúmes.
3. Anita Malfatti era apaixonada por Mário de Andrade, que era apaixonado por Tarsila do Amaral, que era apaixonada por Oswald de Andrade, que era uma vagabunda
Nenhuma dessas informações é cientificamente comprovada - exceto, é claro, que Oswald de Andrade era uma vagabunda. Mas existem duas verdades universais envolvendo o nome de Mário de Andrade: que eu sou ele reencarnado e que Anita Malfatti o amava.
Mencionei que Anita era um doce, uma querida. Mário também era essa pessoa. Os dois se conheceram com sua volta ao Brasil, em 1917, e Mário cultivou sua amizade por todos os anos seguintes, até o final de sua vida. Quando do episódio com Lobato, Mário foi um dos primeiros a defender a amiga e a se oferecer presente à ela.
As cartas de Anita falavam de uma coisa só: amor. O amor de Anita não era secreto. Manuel Bandeira chegou a escreve para Mario intercedendo pela amiga. Em uma carta à Anita, quando ela já estava na França, Mário terminou com: “um grande abraço infantil e fraternal do amigo Mário” a qual ela, em sua resposta, terminou com “um beijinho adolescente e nada fraternal”.
Fico imaginando essa realidade que mais parece enredo de filme, em que Manuel Bandeira teve de chegar para Mário de Andrade via carta falando "ei, minha amiga disse que quer ficar contigo". Há quem diga que Anita passou sua vida inteira amando Mário de Andrade, que nunca foi capaz de retribuir tal amor da mesma forma. Por 20 anos, Mário e Anita se comunicaram por diversas cartas, tanto de amor (dela) quanto fraternais (dele). No final das contas, Mário se envolveu, sim, com Anitta - em sua própria definição, ambos tiveram um caso "intenso e platônico", onde Anita entregava seu coração, e Mário devolvia seu afeto com sua alma.
Mas Mário sempre doava sua alma à tudo que amava. Pra mim, Mário é amor. E muito embora isso seja uma outra conversa (meu amor por um finado homem), é relevante pra essa fofoca. Isso porque, ao mesmo tempo em que se desviava das investidas de Anita, Mário mantinha um relacionamento frequente com sua Deusa, sua Musa, a mulher que ele admirava como uma entidade, e que beijava o solo por onde ela passava. Adivinhe quem.
Tarsila.
As cartas de Mário para Tarsila são poesia. A devoção com que ele se refere a ela, muito embora venha do mesmo lugar de amor e carinho oferecido à Anita, abrem brecha pra se perguntar: Será que Mário tinha uma queda por Tarsila? Quem não gostava nada desse cenário era Anita, nossa mocinha, que se rebelava de ciúmes sempre que o afeto de Mário ia na direção de Tarsila. Mas não só ela.
Entra Oswald de Andrade, meu inimigo pessoal. Oswald e Mário eram parceiros, amigos - desde o princípio. Muito embora um fosse o contrário do outro (já escrevi sobre isso!), suas diferenças somavam sua relação: no que Oswald era extravagante, Mário era contido; no que Mário era silencioso, Oswald gritava. Eram o braço direito um do outro, e foram suas ideias em conjunto que deram base ao movimento da arte moderna no Brasil. Quando eventualmente romperam (tinham mais divergências do que poderiam lidar, no final das contas), Oswald já era casado com Tarsila, que seguia amiga de Mário. Foi Mário quem, inclusive, criou o primeiro nome de ship do Brasil: em cartas redigidas para ambos, chamava-os de Tarsivaldo.
Quando Mário e Oswald romperam (tópicos a seguir), Mário e Tarsila seguiram em sua amizade, mas sempre sob um olhar vigilante do marido/inimigo. Por diversos momentos, Oswald usou a esposa para interceder em seu nome: são diversos registros em carta de Tarsila pedindo para que Mário perdoasse o marido, pois “ele é brincalhão assim mesmo”, e “está do meu lado dizendo que tem saudades tuas”. Mário agradecida a intenção da amiga, mas se negava a trazer Oswald de volta à sua vida.
E foi assim que Oswald, contrariado e enciumando, passou a reclamar das diversas interações da esposa com seu ex-melhor amigo, mais pelo desprazer de que ela mantivesse contato com alguém que lhe negou proximidade do que por insatisfação quanto à relação dos dois. Oswald sempre teve de ser o centro das atenções, o ator principal - e se ele tivesse de fazer o relacionamento de terceiros sobre ele mesmo, ele faria. Assim, Oswald se meteu no relacionamento dos dois amigos, atrapalhando que cartas fossem enviadas por Tarsila e prejudicando a comunicação entre eles. Por diversas vezes, Mário escrevia questionando a demora de Tarsila em lhe responder, ansioso para ter notícias dela, mas sem resposta.
Foi só com o término do relacionamento Tarsivaldo que Tarsila restabeleceu comunicação frequente com Mário. Em 1929, Tarsila rompeu seu casamento com Oswald ao descobrir sua traição com a jovem artista que o casal havia apadrinhado: Pagu.
If traição so bad why Pagu tão bonita e comunista
4. Mário e Oswald de Andrade rompem para sempre depois de Oswald ofender o amigo e pelo menos 98 princípios e tratados internacionais de Direitos Humanos
O rompimento de Oswald e Mário é, até hoje, matéria pública. Oswald era a abelha rainha, os outros modernistas eram os zangões dele (fonte: vozes de sua cabeça). Oswald era o tipo de pessoa a ser categorizado como "inconveniente": aqueles homens espaçosos, barulhentos, que comandava uma sala inteira. Se foi político em algum ponto da vida não sei, pois me recuso a pesquisar muito - mas, se não foi, deveria ter sido. Mário nunca foi um homem expansivo. Era o contrário. Era manso, delicado, afável. A surpresa não é o rompimento dos dois, mas sim como aguentaram tanto tempo sendo grande parte da vida um do outro.
A história, em resumo e linguagem atual, é que Oswald foi homofóbico com Mário. Se entrou neste post zerado do assunto, surpresa! Mário de Andrade era um mulato não-hétero. Pra surpresa de ninguém, Oswald tirava sarro publicamente de ambas características.
Os desentendimentos se davam porque Oswald era intempestivo nas suas colocações, corrosivo nos juízos jocosos: perdia o amigo, mas não perdia a piada. Como não tinha papas na língua, invariavelmente feria o interlocutor com seu deboche. Mário, mesmo amigo próximo de Oswald, não compactuava com esse tipo de tratamento. O próprio Mário foi alvo de ataques de Oswald nas páginas da Revista de Antropofagia: O título era “Miss Macunaíma”, fazendo alusões grosseiras à provável homossexualidade do amigo. Não havia sido a primeira vez que Oswald cometia insinuações do gênero. Escreveu em números anteriores da mesma revista que Mário era “o nosso Miss São Paulo traduzido em masculino". Quando Oswald carregou mais tintas no verbo, envolvendo familiares do escritor, Mário de Andrade sinalizou com um basta, e nunca mais quis reatar a amizade. Oswald, porém, que se comportava como criança rebelde, para quem tudo depois poderia serenar, acreditava na reconciliação que nunca ocorreu.
À época, não era como se Mário fosse escancarado do armário. O assunto sempre foi algo silencioso em sua vida, por vezes até poético: as únicas menções diretas que faz à respeito são por meio de poemas e cartas pessoais. Ao visitar a casa de Mário de Andrade em 2021, questionei sobre isso ao guia que nos acompanhava, e fiquei feliz da vida ao descobrir que hoje este é um assunto que existe. Me falou com todas as letras que não era uma teoria, e sim um fato, a "bissexualidade ou homossexualidade de Mário de Andrade", que amava tanto os corações que admirava, sem importar em que embalagem estava este coração. Oswald de Andrade, por anos sua companhia mais próxima, frequentador assíduo de sua casa, obviamente sabia - e usava disso para caçoar o "amigo" sempre que tinha a oportunidade.
Depois deste fato, nunca mais se falaram. Morria, então, a relação que criativamente foi capaz de impulsionar movimentos artísticos, mas, no fim das contas, foi incapaz de ser uma amizade.
5. Fofocas do Evento
- A Semana de Arte Moderna não durou uma semana, e sim três dias.
- O evento foi financiado pela elite de São Paulo (sua grande maioria fazendeiros de café).
- Foi um cabaré: gritaria, vaias, gente jogando tomate, o diabo a quatro. Mas foi mesmo? Dizem por aí (banner do Teatro Municipal, informação de 2021) que os próprios modernistas contrataram pessoas para se manifestarem negativamente nos eventos, na intenção de, literalmente, dar o que falar. Com o bafafá, não se falava de outra coisa nas semanas seguintes.
- Dizem por aí também (pesquisadores da semana) que Oswald de Andrade fez a Lady Gaga e contratou estudantes de Direito da USP para atirar tomates nele mesmo, enquanto declamava um poema de sua autoria. Apenas pela polêmica. #TheFameMonster
- ELA NÃO VEM MAIS: além de Tarsila do Amaral, Manuel Bandeira também não foi (adoeceu). Ronald de Carvalho foi o responsável por declamar o poema de Bandeira, "Os Sapos", em meio às vaias do público. O poema é até hoje utilizado como marco do modernismo por cutucar diretamente a vanguarda anterior (parnasianismo, que prezava pela estética do poema).
- Heitor Villa-Lobos se apresentou calçando num pé um sapato e no outro um chinelo. Era uma performance modernista? Era uma afronta aos senhores de paletó e madames de pérolas sentados na platéia? Era essa a parte infame do modernismo brasileiro? Era o que o público se perguntava. No final das contas, não era nada, só um calo no pé.
6. Desfechos - os pedaços que aparecem no final do filme, antes de subir os créditos
Com Pagu, Oswald teve um filho (Rudá de Andrade). Tarsila e Oswald não tiveram filhos juntos. Tarsila teve uma filha apenas - Dulce do Amaral -, fruto de seu primeiro casamento. Dulce era mencionada por Mário de Andrade em quase todas as cartas enviadas à Tarsila, tamanho carinho o poeta tinha pela menina. Dulce faleceu em 1966, e Tarsila, que já não conseguia mais andar devido a um erro médico, morre pouco tempo depois, em depressão pela perda da única filha.
Mário de Andrade teve uma morte precoce: morreu em 1945 de um ataque cardíaco, aos 51 anos, deitado em sua casa, que chamava de Morada do Coração Perdido e hoje é o Museu Casa Mário de Andrade, na Rua Lopes Chaves - Barra Funda. Um lugar que me trouxe à vida e me abraçou de um jeito que não dá pra pontuar em palavras. Todos sentiram sua morte: Antônio Cândido, amigo de Oswald de Andrade, afirmou na Flip de 2011 que Oswald ficou desesperado com a notícia da morte de Mário - sempre teve esperança de reatar com o amigo. Depois da morte de Mário, Anita Malfatti se recolhe em sua chácara e lá vive reclusa até sua própria morte, em 1964.
A Semana de Arte Moderna sempre foi tão mais que só um movimento. Foram vivências. Histórias. Um grupo de amigos (O Grupo dos Cinco, formado pelos 4 principais mencionados nesse texto e Menotti Del Picchia) que fazia tudo juntos, que pensavam juntos, que criavam juntos. Se amavam, se desrespeitavam, rompiam, voltavam - que, acima de tudo, se admiravam. Se não se admirassem, nunca teriam criado o que criaram.
Toda essa história me puxou pela fofoca, mas me segurou até hoje pelas nuances, pelos detalhes. Pela humanidade de tudo, nos erros e nos acertos, me lembrando que a Arte sempre, sempre vai ser sentimento. Quer este sentimento seja bom ou ruim.
Essa é, afinal de contas, a premissa de ser humano.
Em certa ocasião, Mário de Andrade enviou margaridas para o ateliê de Tarsila do Amaral e também para o ateliê de Anita Malfatti. Ambas registaram em tela. À esquerda, Margaridas de Mário de Andrade (1922), por Tarsila. À direita, As Margaridas de Mário (1922), por Anita.
Amiga, você é genial. Sempre muito prazeroso ler seus pensamentos expressados em palavras.
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