Uma análise sobre millennials; por Shawn Mendes


O que sempre me atraiu na música pop, e na cultura pop como um todo, foi o jeito como as pessoas dentro dela se expressavam e o modo como elas escolhiam contar histórias. Cada caso, obviamente, sempre é um caso, mas o conteúdo popular leva esse nome por um motivo: é popular porque faz sentido pra massa e conversa com pessoas de maneiras completamente diferentes. Como alguém que cresceu ouvindo Pink Floyd e Hannah Montana ao mesmo tempo, isso sempre foi algo que me fazia sentir falta nos outros estilos - os solo de guitarra que duravam 5 minutos e que meu pai adorava simplesmente não falavam tanto comigo quanto uma música com narrativa, que eu podia usar qualquer frase pra definir minha vida - e, naquela época, copiar tudo na minha agenda do ano. Como se as letras fossem algo que eu deveria ter falado sobre em situação x e não disse, mas naquele momento, finalmente, alguém tinha falado por mim.

Ainda sou uma das pessoas mais ecléticas que conheço pra música, mas tudo relacionado ao universo pop (e sua subcategoria: pop farofa) me tem de um jeito muito mais fácil e natural. "Nem só de indie viverá o homem", teria dito Jesus em alguma versão atualizada da Bíblia atual. A gente ainda vai conversar sobre como o indie é superestimado, em contraponto ao pop que é subestimado simplesmente por ser pop - "não é minha culpa ser tão popular" -, nos dando abertura pra discutir sobre como boybands são desvalorizadas simplesmente por terem foco num público feminino; e a gente aprendeu que tudo que é feito pra mulheres ou que é adotado por um público majoritariamente de mulheres é inferior, não é mesmo? Muito tempo atrás li um texto super válido sobre isso, que analisava essa aversão que a gente tem com kpop, ao mesmo tempo que falava de toda a trajetória de boybands na história mundial das boybands, desde os Beatles (que não seguiu sendo considerada boyband e sim apenas band, já que eles se tornaram cool o suficiente e passaram a ter homens participando do seu público, que originalmente era construído por meninas gritando enlouquecidas tanto pelo Ringo quanto pelo Paul) até a famigerada One Direction. Não dá pra negar a nuvem negra que boybands - e qualquer cantor solo com um público majoritariamente feminino - carregam nas costas, tendo que se provar constantemente porque o meio social parece não validar seu papel como artista, porque Deus me livre produções que chamam atenção de meninas em massa ser algo com qualidade. Foi como falou a Heidi Samuelson nesse texto, que lembra muito o primeiro já citado, mas com uma visão mais abrangente sobre as implicações sociais em rebaixar boybands:

Pop music is also frequently chided for its kitschiness or lack of integrity or meaning, which is fair. Let’s be honest, most pop songs are about love, sex, or having a good time. But that’s true of music across all genres. Music doesn’t have to be introspective or deep to be good or enjoyable. 95% of Led Zeppelin’s discography is probably about blow jobs and the other 5% is about Lord of the Rings, and I say that as someone who unapologetically loves Led Zeppelin. But we seem to judge pop music more for this.

Dito isso, entre acontecimentos que envolveram o lançamento de um álbum péssimos do Arctic Monkeys e o Harry Styles chegando na cidade maravilhosa, quebrando a expectativa de que a falta de gasolina iria lhe impedir disso, eis que surge um álbum pra ser meu amor e me tirar da solidão: Shawn Mendes (by Shawn Mendes).


A primeira vez que eu ouvi falar do Shawn Mendes ele tinha acabado de lançar uma música com a Camila Cabello, e eu não podia me importar menos com os dois. É provável que eu nunca nem tenha escutado o tal do dueto (que eu só sei o nome porque lembro do filme de mesmo título, suspense que eu morria de medo quando criança), mas isso já é comum pra mim, que só vim escutar I Don't Wanna Live Forever (dueto da Taylor Swift com o ZAYN) literalmente mês passado. A segunda vez que eu ouvi falar do Shawn Mends, ele tava no Brasil fazendo show e todo mundo estava obcecado porque aparentemente ele era legal demais. Quando eu digo todo mundo, eu quero dizer que até a Ingred me falou sobre uma crush aleatória no garoto simplesmente porque ele era alto. A terceira vez que eu ouvi falar do Shawn Mendes, TALVEZ ele tenha transado com o Nick Jonas. Mas em nenhuma das vezes que eu ouvi falar do Shawn Mendes foi me informado o tipo de artista que ele era, ou que ele tinha o método narrativo na letra da música, ou que a melodia dele tinha violão e piano do jeito que eu gosto, ou que ele era bom. Eu mesma reproduzia um pensamento errôneo - resultado de todo esse processo de "isso é coisa de menina obcecada por cara bonito" (sim, eu também sou vítima, ninguém é imune ao reflexo de misoginia da sociedade) - de que o menino canadense, alto e bonito, que parecia ter saído de uma turma de publicidade da PUC, não tinha nenhum conteúdo a me oferecer.

Felizmente eu não me impedi de ouvir Shawn Mendes, o álbum. E meus amigos, que bom que eu ouvi.

Sabe em 2008, quando a gente ficava sozinha no quarto pra ouvir Taylor Swift na era country e ler e reler todas as letras do álbum Fearless no vagalume (ou letras terra, meu favorito), absorvendo todas as narrativas que ela compartilhava com a gente e tentando encaixar nas nossas próprias histórias? Foi esse sentimento que eu tive ouvindo esse álbum.

Na faixa de abertura, In My Blood, Shawn abre o álbum falando de um sentimento que todo e qualquer millennial conhece muito bem: ansiedade. Como um bom representante da geração Y que é, Shawn descreve tudo que eu e você sentimentos durante um breakdown - a música literalmente começa com um "help me", e ele segue o resto da letra inteira pedindo silenciosamente por ajuda e passando o sentimento que é geral, mas muitas vezes incapacitante, de que ele só conseguiria sair daquilo com a ação de outro alguém, o que fica mais visível ainda durante a ponte em que ele repete "I need somebody now, someone to help me out", frase que também encerra a música como um todo. No final das contas, essa música é sobre aquele momento durante a crise em que você tá chorando água suficiente pra encher dois rios no chão do banheiro, ouvindo te mandarem fazer isso e aquilo pra sentir melhor, mas não obtendo sucesso em nada - "Keep telling me that it gets better. Does it ever?". É aquele momento de querer desistir de tudo, mas, num impulso, simplesmente desiste de desistir, porque não é do teu feitio fazer isso. Mesmo pedindo por alguém e implorando por alguma intervenção a música inteira, ele sabia que a resposta tava nele mesmo. Nas palavras do próprio Shawn:
It was kind of something that hit me last year. Growing up, I was a pretty calm kid. I knew people who suffered from anxiety, found it kind of hard to understand, and then when it hits you, you’re like, Oh my god, this is crazy. When I play that song, I go ‘Just so you know I’m okay. The best thing about it is that it’s not all down. The whole reason I wrote the song was to be like, at the very end, ‘It’s not in my blood to do that.’

Nervous é a segunda música do álbum, e logo no primeiro verso ele repete algo que já tinha feito em In My Blood - pegar partes da letra e jogar num ritmo que lembra fala, não canto. Parece que ele tá conversando contigo e te contando a história dele, como se fosse aqueles pequenos momentos durante um musical em que o personagem tá no meio de uma música mas começa um diálogo falado, mesmo com a melodia ao fundo. O resultado disso é a pessoalidade que o começo "I saw you on a Sunday in a café and all you did was look my way" aparenta, como se ele tivesse falando diretamente contigo, sobre aquele domingo que te viu no café. Também é sobre algo que todo millennial sabe muito bem: ter aquela crush em alguém e simplesmente não saber como proceder ao esbarrar com ela. Lost in Japan começa igualzinha às melodias japonesas que o Zeth sempre me manda escutar, daquelas que o piano te faz viajar pra outra dimensão, alguns séculos atrás, numa cidade de concreto iluminada demais pelas janelas dos prédios e vento frio no rosto. Infelizmente a música não fica assim durante os 3 minutos em que é reproduzida, recebendo uma atmosfera claramente inspirada pelo Justin Timberlake até o final. É sobre estar tão interessado em alguém que o fato de estar do outro lado do mundo não diminui o sentimento. Só que uma batida R&B, o que faz tudo parecer muito mais sexy e glamoroso do que realmente é.

Where Were You In The Morning? segue exemplificando minha tese de que o Shawn presta atenção o suficiente em letras iniciais de cancões - e é assim que ele te cativa. Assim como um texto qualquer, que escolhe começar de modo instigante, as letras do Shawn seguem a mesma premissa: começam a contar algo que tu automaticamente quer ficar lá pra saber no que vai dar no final. "You said: I wanna get to know ya; Why you gotta get my hopes up?" de novo focando em nós, pobres millennials, fazendo confusão onde não deveria ter, porque esperamos demais de algo que nunca existiu. É sobre aquele sentimento de ter perdido algo que nem começou de fato, de sofrer por uma desilusão que a outra pessoa nunca planejou te dar ou de esperar profundidade de algo que nasceu pra durar apenas por um período limitado de tempo. Like To Be You é um dueto, e particularmente uma das minhas letras favoritas do álbum. Parece uma discussão de casal que tu foi possibilitado de assistir de camarote, e o que eles falam um pro outro te dá vontade de intervir fazendo papel de mediador. Seguindo minha teoria sobre a força de frases de abertura, Shawn começa com "don't cry - or do, whatever makes you comfortable, i'm tired too", num tiro certeiro sobre todos aqueles momentos intensos que já tivemos com alguém e queríamos falar "não chora, mas se quiser chorar pode - não sei o que está passando na sua cabeça então não posso te cobrar nada". A Julia Michaels pergunta na estrofe dela se pode beijá-lo, porque a essa altura eles estão tão desconhecidos um para o outro que ela não consegue ter certeza do que pode fazer ou não. O refrão é aquele momento assustador que você se toca que já não conhece mais aquela pessoa o suficiente, mas que "ainda morre de vontade de conhecer", porque entender o que se passa na cabeça dela significa intimidade e intimidade é convívio e convívio é amor. "Tell me what's inside of your head, no matter what you say I won't love you less", vibe que o John Legend já tinha feito antes naquela frase da famosa All Of Me - de longe minha parte favorita da música: "what's going on in that beautiful mind?". Eu sempre tive um fascínio por pessoas que se importam o suficiente com as outras pra tentarem entrar na cabeça delas - porque elas são that important, e conhecê-las de modo tão profundo seria um privilégio.

Fallin' All In You também é uma narrativa - daquelas clichês, tão clichê que tem a frase "if I'm dreaming, please don't wake me up" no meio; sobre se apaixonar, e sobre se dar conta disso enquanto a pessoa tá entrelaçada a ti assistindo o pôr do sol. Não sou mais uma fã do Ed Sheeran como antes, mas quem disser que o + e o x são álbuns ruins tá totalmente equivocado - e essa música parece que saiu de um deles. Até os vocais são parecidos. Fiquei tão assustada com isso que fui pesquisar e descobri que o Ed Sheeran de fato faz o backing vocal dessa música e ajudou a escrever. Explicado. Particular Taste, por outro lado, é outra narrativa, mas dessa vez colocando em perspectiva uma mulher que não tá interessada em nada e se diverte mais iludindo homens do que se relacionando com eles. É tudo sobre o jogo e sobre a personalidade da personagem principal da música, que não permite que ela leve romance nenhum a sério. Parece uma música que teria entrado no álbum Harry Styles (by Harry Styles), uma vez que todas as mulheres mencionadas pelo Harry em música seguem exatamente esse tipo, independente e doesn't care for none of it (pesquisar: Carolina, Kiwi, Only Angel). O Shawn passa a música inteira falando sobre o quanto tá obcecado por ela garota, mesmo sabendo de tudo isso, e toda a narrativa que ele cria pra te apresentar a personagem é o que te prende.

Se Fallin' All In You parece uma música do Ed Sheeran, Why parece uma música do Sam Smith. Tem o R&B, tem o peso do ritmo e da melodia e tem o modo sofrido de cantar, daqueles que te faz achar que uma dor de cotovelo não vai ser curada nunca. Essa música em especial é o exemplo perfeito pra tudo que eu falei sobre frases iniciais, e a estratégia que esse álbum mostrou em te obrigar a permanecer ali acompanhando aquela história cantada - porque tu tem que saber como vai acabar. Why começa com "I know a girl, she's like a curse", te deixando curioso pra saber quem é a garota e o que exatamente ela faz pra ser uma maldição. Conforme tu vai acompanhando a narrativa que dá base a música, descobre-se que a situação inteira descreve uma atração mútua em que as duas pessoas não conseguem falar sobre isso, e ficam sofrendo em silêncio quando podiam simplesmente expor os próprios sentimentos. Ahhh, os millennials e essa mania de sofrer por algo que seria tão mais fácil de lidar. Essa música em especial ilustra bem demais sentimentos que todo mundo tem, e como a música pop casa com o ato de contar histórias - coisa que a Taylor Swift amava fazer (vide Enchanted, música feita pra falar sobre a situação de conhecer alguém e ir pra casa implorando pra todos os deuses que esse alguém já não tenha outro alguém; e a minha favorita, All Too Well, em que você literalmente entra numa história alheia e vive os pequenos detalhes do relacionamento junto com eles, e termina sabendo que o Jake Gyllenhaal ficou com o lenço da Taylor e usa até hoje) - como nessa parte totalmente #relatable da música que diz "and you say 'hi' like you just met me; why do we put each other through hell?".

Because I Had You também parece uma música do Ed Sheeran misturada com Love Yourself (tecnicamente do Justin Bieber, mas escrita pelo Ed). Outro clichê sobre deixar aquela pessoa ir embora e sofrer por ser idiota. Jovens, né? A próxima música, chamada Queen, me surpreendeu quando me dei conta de que também era uma das minhas favoritas. Parece uma música que, caso a vida fosse um musical, tu começaria a cantar pra garota babaca-e-popular-demais da escola, ou pra qualquer outro personagem que se acha muito mais do que é. Como eu disse, situações reais, que todo mundo passa, narradas com ritmo. Tenho ranço de quem tem ego suficiente pra duas pessoas e que se orgulha disso, então eu total gravaria essa música caso me fosse dada a oportunidade. Nas palavras do Shawn:

[…] I just hate people who think they’re better than other people. There’s no reason to. It just bugs me, man. My least favorite trait in somebody is when you can feel them acting like they’re more important than you, and I just had to write a song about it. I thought the best way to talk about it was to be like, ‘You’re not the queen of a country.’

Youth foi escrita após o ataque terrorista em Manchester que aconteceu no show da Ariana Grande, em 2017. A canção é descrita como um hino de esperança pra todos nós, e diz que se tem uma coisa que não vão conseguir tirar da gente, é a nossa juventude. Baque após baque nossa alma fica aqui, mesmo despedaçada, mas é só acordar um dia após o outro pra que ela comece a curar. Pra mim essa música resume todo o sentimento Geração Y que eu senti com o álbum inteiro: nós estamos aqui e estamos todos unidos pela força dos sentimentos que temos como um conjunto.

feel devastion again,
my heart is broken,
but i keep going.

Mutual é uma versão mais suave de "Do I Wanna Know" dos Macacos do Ártico, no mesmo questionamento desesperado que quer saber se esse sentimento é tanto meu quanto seu, se eu deveria desistir ou continuar tentando. O que exatamente você quer? Sério, não dá pra ficar mais #relatableteenagedrama que isso. "I want you bad. Can you reciprocate? No, I don't want to have to leave. But half of you is not enough for me." Eu disse que era uma versão mais leve, mas, no final das contas, é um tapa na cara emocional tanto quanto. A penúltima música do álbum, Perfectly Wrong, já começa com uma referência a Romeu e Julieta: "taste the poison from your lips; lately, we're as good as gone". Percebe a importância de estabelecer um começo que prenda quem tá escutando? Me admira demais a criatividade da música pop. A melodia é tão poética quanto o começo escrito, e repete várias vezes que aquela pessoa é perfeitamente errada e é exatamente por isso que ele não consegue largar. O maior vício do millennial, mesmo aqueles que são obcecados em fazer tudo certo e surtam só com a ideia de quebrar regras (cof cof quem?), é permanecer em algo que sabe que é errado ou que simplesmente não tem jeito. A gente é completamente desfuncional, sabemos disso e desejamos continuar.

E finalmente, When You're Ready. A última música do álbum, que finaliza com o sabor doce de esperança de amar tanto alguém que esperar por ela é tudo que você pode oferecer, uma vez que, como já aprendemos em How I Met Your Mother: timing is a bitch. Essa premissa a Demi Lovato também usou em Only Forever, do seu último álbum, música que todo mundo diz que é pro Nick Jonas - o mesmo Nick que também dizem que ficou com o Shawn. E vocês achando que só a cidade de vocês que era um ovo.


Only Forever, da Demi, é uma música que dolorosamente fala sobre saber que está destinado a ficar com aquela pessoa mas saber também que o custo a ser pago por isso é muito alto. Esperar o momento mais propício, então, parece a melhor opção. Ambas as músicas me lembram muito o método que eu uso pra escrever narrativas românticas, e o plot que eu escolho pra ambientar isso - aquele amor paciente que não pareceu servir em determinado momento, mas que é tão puro e tão certo que esperar por ele não parece nenhum sacrifício. Me faz lembrar paixões inocentes da pré-adolescência, crushes em amizades que tu prefere não estragar, misturado com aquele sentimento de conhecer a pessoa mais do que ela mesma se conhece, algo que foi bem explorado pelo Shawn no álbum todo. É a música perfeita pra fechar uma coletânea perfeita de experiências de jovens millennials que sofrem por paixões rápidas, amores duradouros, ansiedade, ranço e orgulho de ser jovem. É a música perfeita pra fazer a gente sair dessa experiência musical esperançoso com o romantismo que ainda existe no mundo.

O álbum inteiro do Shawn Mendes é uma coletânea de narrativas sobre o que é sentir, sobre errar e querer permanecer no erro, sobre querer o que você sabe que não é pra você e querer o que você sabe que é, mas não consegue fazer nada a respeito. É um álbum literalmente sobre ser humano, e sobre ser humano e jovem. É sobre ter de novo aquele sentimento da pré-adolescência, que ouvia histórias sobre acontecimentos que pareciam narrativas saídas de filme - mas agora é ouvir sabendo que essas narrativas existem sim, e conseguir se ver dentro delas.

Graças a Deus não me privei de ouvir Shawn Mendes por achar "conteúdo pra menininha". E mesmo que seja, nós menininhas merecemos mesmo músicas pop que falem por nós. O fato de não ter macho chato na platéia é só um bônus.

***


***
Eu não planejei fazer uma newsletter destrinchando todas as músicas novas do Shawn Mendes, isso simplesmente aconteceu. Mas quem pode me culpar? Não precisa ouvir as músicas (tô só sendo educada, precisa sim!!!), mas vocês já viram A CAPA??? Apreciamos a arte. De fato não é nada original - vide o Marcelo Monreal, artista brasileiro conhecido pelo trabalho seguindo o mesmo estilo - mas é visualmente linda, e é disso que o Brasil gosta. O álbum tá aqui pra quem é de Spotify, e em outras plataformas pra quem é de outras plataformas. Não estou sendo paga pela promo.

O que a música pop me deu durante todos esse anos foram narrativas que podiam muito bem fazer parte de uma história - seja num musical (bandas com musicais: Queen, Green Day, ABBA), seja numa cena como trilha sonora de um filme, seja complementando minha própria história enquanto escuto tudo nos fones de ouvido durante uma viagem e repenso todas minhas escassas, porém importantes, experiências.

E as melhores ainda me ajudam a criar histórias que nunca vivi de fato, mas que minha cabeça toma como verdade. E aí é todo um universo paralelo (no qual eu adoro viver).

***


(a Juzinha fez essa foto pra mim quando eu ainda nem sabia que o Shawn Mendes tava lançando álbum novo, muito menos que a capa era assim. só achei lindíssimo. e ela achou que era cabível meter minha cara no meio. não reclamo.)

até a próxima,
deni out. 🌻